domingo, 17 de julho de 2011

Constatação.

      Você se apaixona, mas ele resolve ir embora. O tempo passa e quando você supera a falta dele, ele decide voltar pra sua vida. Então você passa por um momento sem saber oque fazer com isso, mas acaba "deixando acontecer" e fica esperando o coração bater de novo acelerado quando ele liga e fica bem espantada porque você ja nem se importa tanto, mas finge que sim. Tudo isso só acontece quando a gente tenta fazer um sentimento acontecer mesmo sabendo que no fim das contas, paixão igual aquela vai ser dificil de acontecer.
      Mesmo assim, sou a favor das novas chances, mesmo se as pessoas envolvidas forem antigas.

domingo, 3 de julho de 2011

Casa nova.


Nesses últimos dias eu tenho pensado em muita coisa e ao mesmo tempo tenho tentado não pensar em muitas outras. Mantenho a minha mania de dramatizar e filosofar sobre coisas do cotidiano e tentar traçar um paralelo entre essas situações e a visão emocional que eu tenho de tudo.

Desde o mês passado que estamos (minha mãe e eu) tentando nos organizar pra mudar de casa, mas mesmo com pressa e correndo contra o tempo pra arrumarmos um novo endereço, as arrumações dentro de casa e a seleção do que iríamos ou não levar aconteceu de forma paulatina e até um pouco fracionada por conta da nossa falta de tempo.

Na semana passada, minha mãe finalmente conseguiu encontrar uma casa que, embora não seja a casa dos sonhos, é aquela que coube nas nossas exigências e no nosso bolso. Depois de um corre-corre atrás de fiadores, documentações e uma série de outras providências, pudemos dar inicio oficial a todo o processo de encaixotamento de parte das nossas coisas e venda de outras e doação de mais algumas. Foi durante essas atividades que me dei conta de tudo o que estava acontecendo dentro de mim. Em nenhum outro momento me lembro de ter sentido que a minha vida emocional estava tão sincronizada com o meu ambiente.

Tenho passado por muitas coisas e alguns acontecimentos recentes que foram bem desagradáveis e me afetaram de forma significativa e profunda me fizeram mudar completamente a rota em que me concentrava. Ainda que, por um zilhão de motivos, entre eles o de mera autoproteção, eu tenha me sentido forçada a tomar essa decisão de forma rápida e objetiva, não foi impensado e muito menos indolor.

Tenho que admitir que depois da decisão tomada e mantida, pensei muito em tudo o que isso acarreta e o impacto que tem manifestado na minha vida de modo geral. Traçando um paralelo à minha mudança de casa:

A primeira medida que tomei foi de tirar tudo das “gavetas”. Chorei todas as lágrimas do mundo. Me dei ao direito de sofrer, de sentir essa dor que me cortava por dentro. Deixei meus olhos incharem, resmunguei abraçada com o meu travesseiro, borrei a maquiagem, me encolhi e solucei.

Depois da bagunça feita era hora de “recolher o lixo”. Então levantei, me olhei no espelho, sequei as lágrimas e lavei o rosto. Tomei um banho demorado, me maquiei e fui trabalhar levando como companheiro uma cartela de lexotan (só pra emergência), mas não usei nenhum e fiquei orgulhosa depois.

Comecei a terceira fase separando quais sentimentos, duvidas e lições eu queria guardar, o que disso tudo era lixo. Me fiz uma pergunta bacana: O que não serve mais em mim, mas que eu posso passar a diante? Fiz, nessa hora, a minha lista de doações. E depois descobri um monte de memorias e sentimentos que tinham sido lindos e felizes, mas que ficaram no passado e que não me cabiam mais. Tinham alguns sentimentos apertados, umas lembranças tão usadas que já estavam bem desbotadas. Também achei umas memorias meio soltas, umas recordações esfiapadas que há muito não vestia. Percebi que era hora de me desfazer delas, notei que manter tanta coisa assim ocupa um espaço muito precioso nas gavetas do meu dia-a-dia.

Andei encaixotando muitas outras coisas. Ainda tenho bastante coisa guardada, mas dessa vez, só o que me é útil. E já estou arrumando a minha “casa nova”. Nela tem muito espaço pra tudo o que há de novo. E sabe o que tem escrito no capacho da entrada? “Seja bem vindo!”