sábado, 17 de setembro de 2011

Bom dia!



Te ver acordar é como um fôlego, uma respiração profunda. É a vida invadindo os meus pulmões. Sentir o seu toque é a felicidade em forma de arrepios que me desbravam a pele.  O seu amanhecer é feito de marés altas, ondas incrédulas que quebram às margens dos seus cílios. Um alvorecer de dedos que deslizam pelo seu corpo conhecendo cada milímetro seu, ávidos por percorrer as suas fronteiras, escorrer pelos limites dos seus lábios, descobrir as praias escondidas por trás dos mares dos seus cabelos.

É tudo um abrir de olhos espertos e eu adoro os seus detalhes. São sobrancelhas claras que se arqueiam, a pele macia na encosta dos seus pelos, suas texturas e a voz aveludada, sua respiração, seus impulsos, seus espasmos. São as folhas secas do seu outono emoldurando os seus gestos que fazem florir a primavera das suas palavras.  E assim se desenha a paisagem dos nossos dias. Um mar, uma onda, os pés na areia do nosso caminho e as nossas mãos dadas pra vida.

domingo, 11 de setembro de 2011

Mais uma vez.



Às vezes eu me sinto medíocre e isso geralmente acontece nos momentos em que eu gostaria, deveria ou de certa forma, quando eu mais teria ferramentas pra me sentir excelente. Mas eu quero fazer tanta coisa ao mesmo tempo e eu preciso aprender mais, ser melhor. Eu tenho tantos planos e vontades e um caminho tão longo pra percorrer.

Em alguns momentos eu me sinto tão cansada, desorganizada e indisciplinada e que preciso dar um jeito nisso, mas não importa o quanto eu prometa que no outro dia vai ser diferente, continua difícil colocar tudo em ordem.

Eu me sinto bem com o meu emprego, afinal sou barista por que escolhi ser, adoro as pessoas com quem trabalho, os clientes, o lugar e o produto com que trabalho. Estou feliz com os meus amigos, com a minha família, com o meu amor e até onde é possível pra uma mulher, estou feliz até com o meu corpo.

Tenho um monte de coisinhas inacabadas, tenho médicos pra ir, livros pra ler, línguas pra aprender, alimentação pra mudar e embora eu tenha conseguido boas coisas como arar de beber e de fumar, ainda me sinto negligente com o meu corpo. Sinto falta de aprendizado, de literatura, de oração, de exercício e de tempo.

Mais uma vez eu estou a um passo de me fazer as mesmas promessas de começar tudo de novo na segunda-feira e assim será.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Criado mudo.

    As suas pistas estão por todo lado, no seu tênis no canto da porta, numa camisa amarrotada no armário, na toalha estendida no banheiro e esse tempo parece não acabar nunca. É a angústia dessa noite fria, um travesseiro desocupado dos seus olhos fechados, é a solidão deitada do seu lado da cama olhando os seus sonhos que ficaram dobrados em cima do criado mudo.


domingo, 4 de setembro de 2011

Novas páginas.



     A vida muda e não importa quantos dias passem ou quantas vezes a gente ache que está tudo dando errado, em algum momento olhamos ao redor e percebemos que cada tropeço, cada pedra no caminho, as lágrimas que derramamos gota por gota e também as pessoas que passaram por nós, não importa o quão passageiras elas foram, cada detalhe do nosso passado aos poucos foi transformado em ponte pra nos levar até aqui.

     Hoje, quando olho ao meu redor, não sobra lugar pra arrependimentos e nem culpa, nenhum mísero segundo dedicado a melancolia ou frustração. O passado está onde deve estar, tenho boas lembranças de muitos momentos, saudades de alguns amigos que passaram pela minha vida, orgulho dos poucos e bons que permaneceram do meu lado e que me deram oportunidade de estar ainda e sempre do lado deles e esses sabem muito bem quem são.

     Na vida tive alguns fracassos, algumas conquistas, demorei muito pra saber o que queria da vida. A mudança não foi repentina, mas foi desejada e aos poucos fui percebendo dentro de mim os sentimentos mudarem. Aquelas decisões que eu protelava muito pra tomar, geralmente por medo, de repente pareciam tão obvias e fáceis que era inevitável não resolver de uma vez por todas e pouco a pouco fui limpando a minha vida.

     E me perdoem a sinceridade, mas nesse ponto, apesar de algumas desavenças e de ter que admitir muita coisa que talvez eu não estivesse tão preparada assim, até que foi, no fim das contas uma tarefa bem simples. O que acontece é que a medida que se tira da vida detalhes que pesava muito, sentimentos que nos machucam e mágoas que nos mutilam, ficamos mais leves e claros.

     Por ter me desfeitos dos escombros que apertavam o meu peito, sem que me desse conta abri espaço pra um novo visitante. O que eu não sabia é que em pouco tempo eu o estaria convidando pra morar em dentro desse meu coração que ainda está em construção.

     E é ele quem me ajuda nessa reforma contínua, na bagunça diária dos meus pensamentos bobos. É ele que me revela coisas de mim mesma que estavam escondidas debaixo dos tijolos da monotonia. E quem diria que justamente ele me tomaria pela mão pra dançar blues pela sala numa sexta a noite? O que importa é que por mais inesperado que seja, a vida nos trás o que precisamos no momento certo. E é essa mudança que faz a gente finalmente enxergar avida que antes passava batida diante dos nossos olhos que estão tão acostumados a ignorar os milagres do dia-a-dia.

     A única conclusão a que posso chegar é que não me importa tudo o que passei ou o quanto eu tive que esperar, no fim as contas o meu milagre é você.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Amigo



É que quando eu te disse que estava com saudades e você me respondeu dizendo que tinha outra em meu lugar, tudo doeu demais. Nessa hora eu só pude decidir que tinha que tirar você da minha vida, mesmo sabendo que doeria mais ainda. Aí eu passei um tempo chorando e pensando em tudo o que já tinha acontecido e em tudo o que eu queria que acontecesse. Lembrei um milhão e planos e de todas as formas como eu te enxergava. Até aquele momento você era tão perfeitamente imperfeito e por isso era assim mesmo tudo o que eu queria.

                Deixei de te ligar, de te procurar e me recusei a apagar o seu numero da minha agenda mesmo sabendo que meu coração se encolhia todo quando passava por ele de repente, mas é que antes de tudo você era meu amigo. E esse é um detalhe que fez tudo doer muito mais do que deveria. É que eu juro que não sabia que enquanto eu te beijava, eu estaria assinando um contrato que dizia que se tudo desse errado e que se eu me apaixonasse tão forte por você e a partir daí qualquer coisa que não era pra acontecer resolvesse surgir do nada, eu teria que abrir mão desse meu amigo que eu gosto tanto.

O tempo passa, sabe? E eu não acredito que ele cure tudo. Eu não acredito porque não acho que dor ou medo, paixão ou amor e falta sejam doenças. Mas às vezes esse tal de tempo consegue amenizar algumas coisas que a gente sente, ele tapa os nossos olhos e faz a gente olhar pra esquerda naquele momento em que você atravessa do outro lado da rua. Aí chega uma hora que por que eu não te vejo ou não te ouço mais, ou então porque de propósito deixei de ouvir aquelas músicas que você tocava e que eu ainda acho que você as canta muito melhor do que o Bon Jovi, o meu coração se engana e finge que não sente mais saudades. Na realidade ele sente, mas já não é a mesma coisa.

Hoje eu já não faço os mesmos planos e se é que te importa e não falo isso por desaforo, mas é só por mero desabafo que eu te vejo de outra forma. É que hoje eu percebo coisas que eu não sentia na época. Agora eu percebo que não me sentia parte da sua vida, ou melhor, eu fazia parte de um pedaço só seu e por ser só seu você não mostrava pra mais ninguém. Nessas horas eu me sentia tão excluída de todas as outras coisas que faziam você. Eu nunca estive misturada as outras partes da sua vida como os seus amigos, ou a sua família e os seus planos eram tão distintos dos meus. Suas ambições e alvos não se encontravam com a minha sede de trabalhar por amor pra assim conseguir ser feliz, nos meus objetivos, o que vem depois é consequência, mas você é tão milimetricamente calçado em metas tão lineares que embora eu pense que um quebra-cabeça não se completa com duas peças iguais, vejo que realmente as nossas são demasiadamente diferentes.

Não estou aqui pra apontar defeitos de ninguém, até porque, nada do que mencionei considero que sejam falhas, muito pelo contrário, admiro essas qualidades, mas hoje acho que não seria mesmo a peça que cabe na minha vida. É que eu sou assim tão estabanada e canto mal e acho a maior graça disso. E acho que a vida é feita de coisas gostosas, mas tem horas que são feitas para um certo sofrimento. Sou a favor do usufruir, do corpo, da vida, dos amigos e que seriedade é pra pouca coisa mesmo, mas esse é só o meu jeito. Fora o fato de que esse é somente um espaço que tento mostrar de mim mesma e pra mim mesma esse tipo de coisa que falo rápido e meio sem pensar pra não correr o risco de sentir muita vergonha depois. É quase que um quadro pintado de uma realidade que acaba de nascer entre os meus dedos e escorre por essas teclas esperando para serem observadas, lidas, gritadas, digeridas, desgastadas e quem sabe, entendidas.

De resto, do meu amigo, sim, eu sinto falta.

domingo, 17 de julho de 2011

Constatação.

      Você se apaixona, mas ele resolve ir embora. O tempo passa e quando você supera a falta dele, ele decide voltar pra sua vida. Então você passa por um momento sem saber oque fazer com isso, mas acaba "deixando acontecer" e fica esperando o coração bater de novo acelerado quando ele liga e fica bem espantada porque você ja nem se importa tanto, mas finge que sim. Tudo isso só acontece quando a gente tenta fazer um sentimento acontecer mesmo sabendo que no fim das contas, paixão igual aquela vai ser dificil de acontecer.
      Mesmo assim, sou a favor das novas chances, mesmo se as pessoas envolvidas forem antigas.

domingo, 3 de julho de 2011

Casa nova.


Nesses últimos dias eu tenho pensado em muita coisa e ao mesmo tempo tenho tentado não pensar em muitas outras. Mantenho a minha mania de dramatizar e filosofar sobre coisas do cotidiano e tentar traçar um paralelo entre essas situações e a visão emocional que eu tenho de tudo.

Desde o mês passado que estamos (minha mãe e eu) tentando nos organizar pra mudar de casa, mas mesmo com pressa e correndo contra o tempo pra arrumarmos um novo endereço, as arrumações dentro de casa e a seleção do que iríamos ou não levar aconteceu de forma paulatina e até um pouco fracionada por conta da nossa falta de tempo.

Na semana passada, minha mãe finalmente conseguiu encontrar uma casa que, embora não seja a casa dos sonhos, é aquela que coube nas nossas exigências e no nosso bolso. Depois de um corre-corre atrás de fiadores, documentações e uma série de outras providências, pudemos dar inicio oficial a todo o processo de encaixotamento de parte das nossas coisas e venda de outras e doação de mais algumas. Foi durante essas atividades que me dei conta de tudo o que estava acontecendo dentro de mim. Em nenhum outro momento me lembro de ter sentido que a minha vida emocional estava tão sincronizada com o meu ambiente.

Tenho passado por muitas coisas e alguns acontecimentos recentes que foram bem desagradáveis e me afetaram de forma significativa e profunda me fizeram mudar completamente a rota em que me concentrava. Ainda que, por um zilhão de motivos, entre eles o de mera autoproteção, eu tenha me sentido forçada a tomar essa decisão de forma rápida e objetiva, não foi impensado e muito menos indolor.

Tenho que admitir que depois da decisão tomada e mantida, pensei muito em tudo o que isso acarreta e o impacto que tem manifestado na minha vida de modo geral. Traçando um paralelo à minha mudança de casa:

A primeira medida que tomei foi de tirar tudo das “gavetas”. Chorei todas as lágrimas do mundo. Me dei ao direito de sofrer, de sentir essa dor que me cortava por dentro. Deixei meus olhos incharem, resmunguei abraçada com o meu travesseiro, borrei a maquiagem, me encolhi e solucei.

Depois da bagunça feita era hora de “recolher o lixo”. Então levantei, me olhei no espelho, sequei as lágrimas e lavei o rosto. Tomei um banho demorado, me maquiei e fui trabalhar levando como companheiro uma cartela de lexotan (só pra emergência), mas não usei nenhum e fiquei orgulhosa depois.

Comecei a terceira fase separando quais sentimentos, duvidas e lições eu queria guardar, o que disso tudo era lixo. Me fiz uma pergunta bacana: O que não serve mais em mim, mas que eu posso passar a diante? Fiz, nessa hora, a minha lista de doações. E depois descobri um monte de memorias e sentimentos que tinham sido lindos e felizes, mas que ficaram no passado e que não me cabiam mais. Tinham alguns sentimentos apertados, umas lembranças tão usadas que já estavam bem desbotadas. Também achei umas memorias meio soltas, umas recordações esfiapadas que há muito não vestia. Percebi que era hora de me desfazer delas, notei que manter tanta coisa assim ocupa um espaço muito precioso nas gavetas do meu dia-a-dia.

Andei encaixotando muitas outras coisas. Ainda tenho bastante coisa guardada, mas dessa vez, só o que me é útil. E já estou arrumando a minha “casa nova”. Nela tem muito espaço pra tudo o que há de novo. E sabe o que tem escrito no capacho da entrada? “Seja bem vindo!”

sábado, 18 de junho de 2011

Pronto falei!


          Já tem dias que eu fico pensando em como queria escrever mais alguma coisa pra publicar aqui, mas mesmo quando eu acordo com a cabeça fresca e cheia de ideias, tudo murcha de repente quando eu tento colocar os pensamentos no lugar. Minha cabeça ainda está muito confusa, meus pensamentos embaralhados e os meus sentimentos tentam me apressar a cada segundo que passa.
          Sofro de agonia crônica e demasiada junto com excesso de romantismo no sangue e os meus níveis de drama estão nas alturas. De qualquer forma, segundo os meus auto-exames, devo padecer de anemia melancólica, mas no fim das contas fui severamente acusada de estar passando por mais uma crise de hipocondria poética.
          Acho que é por isso que eu tenho passado tanto tempo na cama, me comportando como uma garotinha encolhida entre o edredom e os travesseiros. Passo a noite agarrada ao meu ursinho de pelúcia marrom, ouvindo entre uma lágrima e outra, você cantar uma canção antiga e pirateada que copiei dos seus arquivos de internet.
          O problema é que nada mais resolve esse meu problema que ao mesmo tempo é solução, que é essa vontade de te ter de novo por perto, mas assim bem perto mesmo, como se a gente fosse só um. Eu sinceramente não sei mais o que fazer com isso tudo o que eu sinto e eu nem sei mais evitar tudo o que eu penso e que não para nunca, nem quando eu estou dormindo (pra tentar não lembrar) e nem quando eu acordo (pra reparar que não esqueci). E eu até já desisti de tentar deixar isso pra lá e resolvi assumir, pelo menos pra mim mesma, que é você que eu quero e ponto final.
          Mesmo essa parte resolvida ou assumida é ainda assim tão pequena e no fundo só me ajuda um pouquinho que é quase nada, porque ainda não sei como fazer pra isso chegar aos teus ouvidos e fazer de qualquer forma que quando você ouvir, você pense que é tão sincero e tão gostoso o que eu disse que resolva viver comido desse jeito também.
          Eu já tentei de tudo e me prometi tantas coisas e tantas vezes tentei acreditar que dessa vez eu ia conseguir você de volta e cumpri um milhão de promessas dessas meio malucas, mas bem esforçadas que no fim das contas não deu resultado nenhum. Eu já tentei sumir, mas só um pouquinho e observando “de longe” como quem não quer nada e disfarçando bem demais que não estava te olhando só pra saber se você ia sentir falta de mim. Li umas coisinhas que te vi escrever por aí nesses lugares que tem coisas pra todo mundo ler, e interpretei e pensei e achei um monte de coisas erradas que eu pensei que fosse comigo e umas eram e outras não. Fiquei triste às vezes, outras horas chorei muito e depois ri demais e quando resolvi acreditar que eu ainda faço parte de um pensamentozinho ou outro seu, decidi aparecer pra mostrar que eu não sumi de verdade e que era só de brincadeira, um charminho, sabe?
          A verdade e falando sério mesmo, é que eu me importo ainda e adoro e sinto falta e quero mais e não me esqueci de nadinha do que tivemos e não sei se um dia eu vou deixar de me importar contigo. Pra mim ainda está tudo muito mal resolvido e é o tipo de coisa que precisa de conversa frente-a-frente pra se ver nos olhos a verdade de cada um e onde é que o outro está querendo esconder aquele amorzinho que ainda está com vontade de fazer tudo de novo. 
          Não adianta esperar mais um dia, certas coisas não mudam e é assim que eu penso e também é desse jeito que eu sinto e por mim, eu te via agora mesmo, mesmo que já passe das duas da manhã e que amanhã você tenha que acordar cedo pra dar um passeio de bicicleta não sei aonde. Pronto falei!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Indigestão.



Meu coração está Empanzinado.
Guardar tanto sentimento doce deve ter causado essa indigestão cardíaca.
Talvez tenha se misturado com algum restinho de uma agonia que andava meio aseda e é por isso que arde tanto.
Se tiver fermentado, vou chorar vinho, me embebedar com as minhas próprias lágrimas e no dia seguinte sofrer de ressaca desse amor alcoólico.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Última tentativa

     Eu quero dizer que estou triste e talvez eu nem tenha o direito de estar. O fato é que estou triste com a sua falta e não consigo me acostumar a ter que me conformar com essa saudade. Entenda, isso está me esmagando por dentro e eu não estou me sentindo assim só por saudade. Gostaria que você percebesse que eu falo o que sinto e se digo que sinto sua falta, é porque sinto e se digo que me sinto esmagada, é porque saber que fiz qualquer coisa que tenha te magoado me corrói por dentro.

     Eu sei, eu sinto que não está tudo bem. Eu sinto você distante, eu sinto a sua fuga e não posso fazer nada a respeito que não seja tentar te explicar o quanto eu sinto falta de tudo. Sei que você se sente uma segunda opção, mas o que eu posso fazer pra te mostrar que isso não é verdade? Você não me deixa chegar perto e eu entendo a sua reação, mas eu preciso de uma oportunidade pra te mostrar que eu preciso voltar ao ponto de partida, mas agora não me resta tomar outra atitude a não ser esperar que o seu coração descanse e que volte a se lembrar de mim e que possamos juntos reconstruir essa ponte que ficou partida no meio de nós.

domingo, 3 de abril de 2011

Sinto muito!

     São duas da manhã e eu só posso dizer que sinto muito. Mas isso é só uma afirmação. Embora não saiba explicar, denominar ou definir isso que sinto. O que sei é que sinto muito. Eu sinto muita falta de falar sempre contigo de uma forma não tão fria como tem sido ultimamente e sinto muita falta de não ter receio de te ligar. Sinto falta de saber que você deve estar pensando em mim e mais ainda de que nós não estamos tão distantes.

     Eu sinto muita falta da sua risada e de ver as nossas mãos dadas passeando por aí. Eu sinto falta dos seus diminutivos e das suas “agumias”. Sinto falta do seu cuidado e dos seus elogios. Sinto falta do Bon Jovi e do Aerosmith, dos filmes, dos beijos, de me esconder no seu ombro e de te abraçar só pra sentir o seu cheiro e de outros milhões de coisas que povoaram os nossos dias.

     Eu sinto muito a sua falta mesmo depois de tantas coisas embaralhadas, mesmo depois de tanta interferência e de outras pessoas terem cruzado esse caminho que era pra ser meu e seu.

     Já passa das duas da manhã e eu só posso dizer que sinto muito por isso tudo estar acontecendo quando parece ser tarde de mais.

segunda-feira, 28 de março de 2011

De agora em diante.

    

      Às vezes eu sinto vontade de escrever, mas não sei como. É como agora, eu não sei exatamente o que vai sair dessas linhas, mas eu sei que preciso escrever. Quero falar com um ar otimista, que é coisa que não costuma morar em mim, mas hoje esse sentimento está aqui.

     Dias difíceis, coração apertado, ansiedade e uma boa dose de agonia estão aos poucos me deixando e indo pairar em outro lugar. Tudo passa! Aprendi isso ha algum tempo, mas em determinadas situações nos esquecemos de detalhes vitais que aprendemos no decorrer da vida. O mais importante é lembrar ou ser lembrado que sempre tem uma coisa boa no meio do vendaval.

     Surpresas também acontecem e eu sinto que tem muitas delas vindo me encontrar. É esse ar de novidade, de renovo e de leveza que eu estou sentindo. É essa paixão gostosa que eu estou buscando, é a plenitude e tranquilidade que eu estou perseguindo. E eu tenho pressa!

     Acho que esse é o meu problema... Eu tenho pressa. Eu não sei parar a minha vida por causa de algo que não saiu como o planejado, eu não sei ficar parada por tristeza. Eu preciso continuar andando e se uma coisa não deu certo, a próxima vai dar. Às vezes o melhor é partir pra outra, às vezes que descobrir onde erramos e tentar voltar pra consertar. Acho valido poder não só me dar outra chance como estender a mão pra quem me rodeia.

     No fim das contas descubro a cada dia que na minha vida é fundamental continuar vivendo, aprendendo e amando.

domingo, 27 de março de 2011

One art.

     Geralmente não costumo publicar qualquer coisa que não tenha sido escrito por mim, mas li esse poema e não pude resistir. Espero que gostem e se sintam tão tocados quanto eu me senti ao ler essas palavras simples, doces, leves e brilhantes.

One Art

by Elizabeth Bishop



The art of losing isn't hard to master;

so many things seem filled with the intent

to be lost that their loss is no disaster.



Lose something every day. Accept the fluster

of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn't hard to master.



Then practice losing farther, losing faster:

places, and names, and where it was you meant

to travel. None of these will bring disaster.



I lost my mother's watch. And look! my last, or

next-to-last, of three loved houses went.

The art of losing isn't hard to master.



I lost two cities, lovely ones. And, vaster,

some realms I owned, two rivers, a continent.

I miss them, but it wasn't a disaster.


--Even losing you (the joking voice, a gesture

I love) I shan't have lied. It's evident

the art of losing's not too hard to master

though it may look like (Write it!) like disaster.

terça-feira, 22 de março de 2011

Inicio, meio e fim.

De que adianta estar aqui sentada?
De que adianta ficar pensando em você?
De nada me serve esse sentimento.
Nada me trouxe de novo ou de bom cada música piegas que ouvi.
Só ando tropeçando em meus pensamentos,
Caindo de joelhos nas minhas palavras,
Colhendo os cacos da minha existência.
Não me satisfaço com os meus disfarces.
Não me preocupo em trocar as minhas máscaras,
Nem tento disfarçar minhas dores.
Refaço nitidamente cada ferida que ameaça se apagar.
Às vezes a verdade é o que mais machuca.
Às vezes o choro é o que mais consola.
E algumas vezes Não é possível perceber
Onde a verdade começa e onde o choro termina.

sexta-feira, 18 de março de 2011



Últimas Noites.

    Às vezes eu chego em casa e sei que vou chorar. Não há como forçar mais um pouco o sorriso bobo que uso pra tentar disfarçar toda a tristeza que eu tenho em mim. Ainda não vejo um caminho tranquilo pra te esquecer, cada hora parece mais difícil do que antes. Não é só o fato de tudo me lembrar você, mas até quando eu não penso em você eu acabo me lembrando daquilo que acabei de esquecer... Apenas um mísero segundo de sossego e volto ao ponto de partida.

    Tudo em você me faz falta e não adianta o quanto eu procure, não existem abraços ou beijos, carinhos, sorrisos, gestos, respiração, cheiro, gostos, frases ou momentos melhores que os seus. É do que eu sinto em você, dos planos que poderíamos ter, das suas respostas e idéias malucas, das suas peculiaridades e das suas mãos que eu sinto falta.

    Quero te olhar com curiosidade, te beijar com ansiedade esperando por tudo o que pode acontecer depois. Quero todos os planos estapafurdios, as reações inesperadas, seu olhar carinhoso, seus braços tranquilos e seus ombros acolhedores. Quero me deitar no seu peito macio e olhar para o teto sem pensar no depois. Preciso beijar suas costas, morder sua nuca, respirar fundo, gemer por um segundo e te contar qualquer segredo absurdo pra te fazer querer tudo outra vez.

    Eu não gosto de estar sem você e já posso dizer que eu me sinto melhor assim. Só não quero chorar essa noite e ter que acordar sem saber se isso um dia vai ter fim. Presta alguma atenção no que eu digo e note que esse meu desejo macisso não pode morrer em vão.
 



Eu não tenho fotos pra rasgar,

Muito menos raiva pra sentir.
Não tenho mágoas pra vomitar
E nenhum grito da garganta vai sair.
Mas tenho lágrimas pra chorar
E joelhos pra cair.
Não quero versos nem rimas,
Só tento tirar o aperto do peito
Sem dizer muitas palavras.
Quero a claridade de um dia lindo,
A felicidade de uma noite tranquila
E um café pra fingir que não sinto saudades.

terça-feira, 15 de março de 2011

O amor por assim dizer.

    Sinto que a humanidade como um todo sofre de um masoquismo subconsciente. Sentimentos românticos, o amor, por assim dizer é mascarado tantas vezes, veste milhares de fantasias no único intuito de iludir o ser antes ignorante. A essência do amor, no meu entender se revela em profunda e inacabável, porém intermitente dor.

    Ter qualquer tipo de sentimento que te ligue a alguém não passa de uma estúpida autoflagelação. No entanto, a mesma dor que quase tritura tudo o que se sente é a mesma que nos impulsiona burramente a seguir a diante, dar murros em pontas de facas na esperança desesperada de conseguir um pouco mais do “quase nada” que se tem nas mãos.
   
    Chego a conclusão de que o que faz o choro ficar preso na garganta, faltando poucos segundos pra chegar aos olhos, é a ausência, o engano da pretensão do algo mais.

domingo, 6 de março de 2011

Revendo a minha realidade.

         Eu estou pensando em tanta coisa ao mesmo tempo que eu mal consigo organizar as palavras que escrevo. Na verdade nem sei ao certo se deveria escrevê-las, mas essa é a minha maior válvula de escape e só eu sei o quanto eu preciso disso hoje. Eu já estava me acostumando a ter como companheira toda essa melancolia, essa tristeza da incerteza, essa dúvida que você insiste em empurrar pela minha garganta abaixo e que até então eu tinha jurado pra mim mesma que eu realmente não me importava com isso. Sabia no fundo, que chegaria o dia em que eu não conseguiria mais esconder as minha duvidas sobre até onde isso tudo vale a pena. A que custo eu tenho me deixado levar? E será isso o que sinto uma ilusão, uma visão distorcida que criei na minha cabeça por mera carência?

        Independente de qual seja a raiz desse mal, hoje percebo que ela deixou de existir somente na minha cabeça avoada e desceu direto pra esse meu coração ingênuo que tem sido esmagado constantemente por essas suas atitudes egoístas, desenfreadas e impulsivas. O fato é que eu não posso te culpar por nada disso já que não deixaria de ser um tremendo egoísmo meu querer que você gostasse só de mim e se você me pisoteia a culpa também é minha porque fui eu quem se fez de tapete jurando que nada doeria mais do que não te ter por perto. E adivinha? Tenho que admitir que no fim das contas você estava certo sobre tantas coisas. Afinal, sim, você é cruel quando quer. Sim, você me machucou. Também é verdade que não vale a pena me sujeitar às suas neuroses e sim, um dia eu ia me cansar disso tudo! Eu só não pensava que você conseguiria me provar isso tão cedo.

        No fim das contas quem se importa com essa dor que eu estou sentindo agora? A verdade é que no fundo eu sei que eu vou conseguir me levantar e andar de novo, mas eu realmente não queria que fosse assim. Eu queria mesmo te ter do meu lado e foi sincero tudo o que eu te falei quando estávamos sozinhos, mas às vezes a nossa força não está em persistir, mas em saber quando devemos parar. Acho que essa é a minha hora. Cansei de brincar com fogo, cansei de me por a prova, cansei de fingir que está tudo bem, cansei de achar que eu aguento e realmente cansei de estar sozinha.

        Não sei o que vou fazer agora. Não sei como ficar longe de você, mas eu tenho que arrumar um jeito de fazer isso. Nada do que estou sentindo ou do que escrevi quer dizer que sou indiferente a você ou que tudo o que eu dizia sentir não tenha existido, só não estou mais disposta a me machucar a toa. Essa é a hora certa de dizer sem remorsos, porque eu sei que tentei e tentei e tentei mais ainda preservar aquilo no que acreditava e lutar por tudo o que queria, mas não tenho escolha a não ser dizer: Eu desisto!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Represa

Pela manhã quando acordo antes de abrir os olhos,
Aperto suave o rosto contra o travesseiro
E enlaço envolta dele os meus braços
Só pra fingir que estou recostada em seu peito.
Faço dos meus sentimentos, represa,
Faço das minhas palavras, jangada,
Pra navegar nos teus olhos tranquilos,
Pra que não vaze de mim essas gotas que eu guardo de você.
Mas hoje sou eu quem me derramo.
Sou mágoa que encharca essa alma rasgada,
Sou pena e lamúria que flutua densa e estridente sobre o meu leito.
Sou melodia muda que ecoou tímida na brisa dos seus braços.
Hoje me rasgo no meio.
Deixo que meus dedos toquem o chão.
Permito que minha alegria se dissolva nessa nova vida triste.
E sem querer liberto o que me pesava o coração.
Pra pisar leve e firme,
Pra descansar em novas fronhas os pesares que se vão.

Thamy Bruno

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ponto final

O que me vem em sentimento não é facilmente descrito.
Está tudo pixado nessas paredes do meu dia-a-dia.
São riscos sem forma;
São traços sem cor;
Pinceladas sem eixo;
Tintas sem pudor.
As palavras me escorrem
E logo frases e verbos vão gotejando pelos dedos.
São poças de adjetivos que se formam pelo chão.
E não tem rima nessas linhas,
Não tem folhas pros meus versos.
Eu deixei as vírgulas num outro caderno,
Minhas interrogações estão espalhadas por todo lado
Enquanto as reticências tentavam sair da minha boca
Eu engasguei com montes de exclamações.
Meus asteriscos você sabe de cor
Só quero encontrar o meu ponto final que eu deixei jogado em algum canto de você.

Vivo ou morto.

    Em determinados momentos eu percebo que sinto muita falta do que ainda não aconteceu. Gasto um tempo danado sentindo essa melancolia enjoada, esse pesar, esse peso. Perco mais tempo ainda torcendo pra que essa saudade toda se transforme em realidade, mas hoje estou disposta a me perguntar: O que posso fazer pra que isso aconteça?
    Posso falar com certeza de que eu não faço idéia de como mudar essa situação. Estou bem confusa com relação a isso porque nunca sei quando devo agir e quando devo esperar. Vou dar um exemplo claro disso: Eu estou guardando uma saudade louca de você que nem sabe disso  e tenho que admitir que eu não tentei fazer com que você soubesse, mas tentei te ver e por um motivo ou outro não tem dado certo. O fato é que agora eu fico pensando no que devo ou não fazer.
    Me sinto cada vez mais boba e cada vez mais nas suas mãos e tinha tanto tempo que eu não me sentia assim e é tão bom que eu vou deixando tudo como está. Deixo o sentimento florescer, deixo o meu pensamento voar, crio cenas apaixonadas na minha cabeça, ouço músicas pensando em você, ouço sua voz quando você não está aqui.
    O que me resta é tentar te mostrar tudo o que sinto e torcer pra que isso também exista dentro de você.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sem titulo

O sorriso que morava na minha boca
Me virou as costas, deu de ombros
E hoje o que sobrevive no meu rosto
São olhos marejados
E o incômodo úmido das suas lágrimas.

Thamy Bruno

Rendas

Rendas

Aonde guardo a minha tristeza?
Nesse quarto escuro?
Ou na minha solidão enfeitada com rendas?
Choro lágrimas coloridas
Feitas pra manchar nos meus olhos
A alegria que restava neles.
O cabelo desfeito,
Um sapato jogado de lado,
A roupa espalhada no chão
São sinais das minhas falas guardadas,
Dos carinhos sem destino,
Do meu suspiro frustrado,
Da minha cabeça no travesseiro
E dos meus sonhos dormindo.
Meus sentimentos eu derramo
No lugar onde lhes resta.
Uma cama, uma fronha, um pedaço de papel,
Esse quarto escuro e a minha solidão rendada.

Thamy Bruno

Rascunhos

            Tem muito tempo que eu não passo por aqui e é claro que eu senti falta. Não apareci simplesmente por não saber como falar certas coisas de mim, mas conversando com um amigo que gosta de ler as minhas letras, titulos e versões da minha vida, pensei em procurar coisas já escritas de outros tempos e colocar nesse mundinho que eu criei pra me dividir com vocês. Então, aqui vai o primeiro:


Rascunhos


Ainda sinto a sua falta.
Você está bem gravado
Nesses rascunhos de mim.
A tua voz no meu ouvido fez morada
E o som da sua ausência são essas correntes
Que se arrastam por aqui.
Não sei ficar aguardando os teus sinais.
Me reviro em solidão
E esperança é só o apelido
Pra toda a minha ilusão
De te ter aqui na minhas mãos.


T.B.