quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Tudo novo de novo!"

     Estou aqui de novo pra botar pra fora as últimas novidades, mas muitas esperanças e ansiedades também. Na útima vez em que estive por aqui eu tinha acabado de chegar no Rio e estava na maior pilha do mundo pra fazer os cursos... Bom, os dias passaram e as minhas aventuras estavam só começando. Na mesma semana em que cheguei tive que começar a organizar como seriam os meus dia numa cidade ainda desconhecida pra mim.
     Na quinta-feira da mesma semana o meu Padrinho me ajudou muito tentando me ensinar a andar no centro da cidade, já que na segunda-feira o meu curso começaria e lá fomos nós... Demos milhares de voltas, ele me mostrou inúmeros pontos de referências, me fez decorar uma centena de nomes de ruas e números de ônibus e adivinha? Na segunda-feira eu não me lembrava de quase nada! (risos) Fiz o meu Padrinho me levar até o centro, de manhã cedo e me mostrar tudo de novo, mas pra voltar pra casa eu teria que me virar sozinha... E até que deu certo.
     Tenho que dizer que na volta eu me perdi, peguei o bonde que estava subindo quando eu tinha que pegar o bonde pra descer, entrei em um monte de ruas erradas até achar a certa, mas tudo isso foi ótimo, porque só assim eu aprendi a andar sozinha. Me diverti como nunca, cheguei em casa morta de cansada, mas morrendo de rir e contando tudo pra todo mundo. Achei o máximo passar na frente de prédios cotidianos ao olhos acostumados de quem mora alí.
     Nos dias que se seguiram eu fui e voltei sozinha, conheci um monte de gente nova, fiz amizades, dei infomação errada pra estrangeiros, dei informação certa pros cariocas, conversei no ponto de ônibus e aprendi novos caminhos... No fim da viagem eu já tinha saído do curso mais cedo pra passear pela cidade e dar uma passadinha pela praia (com uma nova amiga que achei por lá) e visitar a minha vó, mesmo sem saber como voltar. Perdi o medo, aprendi a pedir informação e a saber que mesmo que eu me perdesse, eu também saberia me encontrar, não só na cidade, mas dentro de mim.
     Depois do curso vejo que só serei uma barista de verdade quando estiver realmente trabalhando nisso, por enquanto só tenho um certificado e não é um pedaço de papel que te faz um profissional. Agora estou procurando trabalho pra me tornar profisionalmente o que eu quero ser: Barista.
     E sabem do que mais? Lembra que eu falei que poderia rolar um emprego por lá? Então... Realmente recebi uma proposta, ainda não sei se vou pra lá, mas quem sabe? Isso só me embra uma música do Moska que diz: "É tudo novo de novo, vamos nos jogar onde já caímos. É tudo novo de novo, vamos mergulhar do alto onde subimos! E aí? Quem vai querer se jogar junto comigo?

sábado, 25 de setembro de 2010

Vivendo a primavera.

       Depois de semanas sem aparecer por aqui, devem imaginar que muita coisa aconteceu e isso nunca foi tão verdade. Após um depoimento e desabafo no último post, hoje tenho todas as ferramentas pra escrever algo infinitamente mais leve.
   Pensando nisso, nessa leveza, é que sinto que tenho que falar da nossa primavera. Fazendo uma rapida pesquisa e nem é preciso pensar tanto pra se ter a forte impressão de que a primavera é a maior fonte de renovo que temos. É ela que nos mostra tão claramente as novas formas de vida que temos. As flores se abrem, a grama se enche de cor, as frutas se aventuram penduradas em seus galhos esperando o momento da queda e por isso, a primavera não é só um momento de nascimento, mas também de amadurecimento dos nossos frutos. 
   Tenho que dizer que é impossível negar que eu passo por essa primeavera nesse exato momento. Uma nova fase de mudanças se inicia e é a hora que eu tanto esperava. Essa nova fase, como todo bom começo, vem cheia de espectativas, medo, preocupações, um mundo de nova possibilidades, mas acima de tudo, uma leveza enorme.
   Não dá pra dizer que no meio de todo esse sentimento primaveril não há uma sombra de duvida, mas toda duvida vem acompanhada de resposta. A única diferença é que nem sempre estamos dispostos a ouví-las, mas isso é um outro assunto. Sim, eu tenho medo, tenho as minhas angustias, mas também tenho as minhas certezas e elas são tantas e tão reconfortantes que sinto no fundo o cantarolar da vitória.
   Talvez vocês ainda não tenham entendido do que eu estou falando, mas achei que a introdução fosse importante. Então lá vai, essas são as minhas novidades:
    Na última quinta-feira fui exonerada e isso teve lá o seu lado ruim... Lembram? Eu tenho um aluguel pra pagar e ficar sem emprego não e lá uma das coisas mais agradáveis que poderiam me acontecer. O que foi que eu fiz quando fiquei sabendo? Peguei a minha bolsa, saí do trabalho, sentei no meio fio (literalmente) e chorei. Em seguida fui encontrar com a minha mãe e chorar mais um pouquinho e depois fui encontrar com os amigos pra rir da minha própria desgraça. (essa parte foi boa). 
   Depois de tudo isso eu fui pra casa e comecei a tentar colocar as ideias no lugar e ver quais eram as minha alternativas... Cheguei a seguinte conclusão: Eu tinha todas as alternativas. Eu poderia fazer qualquer coisa! Nada me prendia. Tirei aquele fim de semana de folga, curti bastante e planejei começar a agir na segunda-feira.
   E não é que deu certo? Como já tinha algum tempo que eu queria fazer alguns cursos de barista no Rio de Janeiro e em São Paulo, fiz todas as pesquisas necessárias, dei alguns telefonemas e decidi que o melhor seria ir para o Rio já que toda a minha família mora lá e eu não precisaria me preocupar com estadia. Nesse momento qqualquer economia é valida. 
   Comprei uma passagem só de ida pra poder fazer todas os cursos que pudesse sem me preocupar com data de volta. E aqui estou eu... Na cidade maravilhosa, vim na terça-feira passada e um dos cursos começa na próxima segunda. Devo ficar por aqui durante duas semanas e sinceramente, se surgir algum emprego por aqui... Quem sabe eu finamente não viro carioca?
   A minha primavera está só começando e eu espero que ela não termine tão cedo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Algumas quedas pelo caminho.

      Pra falar a verdade, acho que hoje não vai ser nada divertido ler essas palavras, esses cacos de mim. Acho que já fiz uma boa introdução de como tudo aconteceu e penso que chegou a hora de me colocar no presente nessa linha do tempo. Adiantando a trajetória para o dia de hoje, não tenho meias-voltas pra dar e tampouco me interessa tudo o que aconteceu na semana passada ou em todo esse tempo presente que eu gastei, talvez em vão, mas ainda guardando as ilusões de que tenham tido qualquer finalidade, tropeçando em mim mesma e entre gaguejos e frases soltas falando de um eu que fui e que muitas vezes de forma intermitente sou e fui e serei ou nem isso, não sei.

      Tentando deixar de lado a confusão, vou tentar te dizer que um dia nunca é fácil pra mim. Vou deixar claro agora que na minha vida há sempre altos e baixos diários, mas por algum motivo, o qual eu ainda não identifiquei, já tem alguns dias que eu me encontro na parte baixa.

      Essa é a parte mais difícil da minha convivência social. Tenho a tendência sempre de me isolar e isso significa ficar trancada no meu apartamento, que é subterrâneo e não sair durante dias, muitas vezes sem nem ao menos atender ao telefone. Faço isso geralmente em fins de semana, já que eu não posso simplesmente faltar o trabalho e ainda me resta um pouco de bom senso. Durante esse período eu tenho duas possibilidades, ou eu simplesmente hiberno, dormindo quase 20h por dia numa rotina de dormir, acordar, comer qualquer coisa e voltar a dormir ou a segunda opção, que pra mim é a pior... Eu simplesmente não durmo. É isso!

      No segundo caso eu fico o tempo todo catando qualquer coisa que possa fazer, obviamente sozinha e sem sair de casa. Finjo interesse por qualquer coisa, mas sempre dou um jeito de escapulir de compromissos que envolvam qualquer tipo de interatividade com outro ser humano. Nem sempre eu consigo essas façanhas, algumas pessoas já aprenderam a detectar esse meu comportamento e simplesmente param em frente a minha casa e me fazem sair. No fim de tudo eu acabo agradecendo. Sabe como é... Amigos servem pra nos dar solavancos também... Os meus só tem que fazer isso com mais frequência.

      Atualmente, como hoje de manhã, acontece que é deprimente levantar. Não é com relação ao sono... Até porque eu não tenho conseguido dormir mesmo, mas parece um pingo de misericórdia quando eu finalmente adormeço. Perco horas até pegar no sono pensando em tantas coisas que me tiram do serio sem saber que na verdade o que me irrita é o fato de eu não conseguir parar de pensar. No entanto a sensação de ter que pensar tudo de novo, ver pessoas, ter que fingir que está tudo certo é realmente dolorido. Pra dar uma noção real do que eu digo, é fisicamente dolorido levantar da cama. Eu me pego pensando que eu vou ter que passar por tudo de novo, as mesmas pessoas e sinceramente um simples "bom dia!" é a coisa mais sínica do mundo pra mim.

      Pode parecer que eu sou simplesmente uma pessoa chata e ranzinza, mas é que os dias simplesmente não são tão legais pra mim... Às vezes faço um esforço danado pra ter um bom dia. Ainda bem que eu tenho escolhido boas pessoas pra me ajudar nessa tarefa. Uma delas me perguntou um dia desses: Como se faz pra encontrar a felicidade? E eu simplesmente respondi: Bom, eu tomo alguns comprimidos!

      Nesses dias é tudo mais difícil. Levantar da cama é o caos, levo muito tempo no banho porque quando desligo o chuveiro me lembro de que nem passei o shampoo no cabelo. Demoro pra me vestir porque tenho que fazer tudo várias vezes, por exemplo, sento na cama pra colocar a meia, aí olho em volta e esqueço porque eu sentei, levanto pra pegar o sapato e me lembro da meia... Deu pra entender? Trabalhar é quase impossível porque eu não consigo me concentrar em nada e tenho vontade de cometer um genocídio a cada meia hora. Aí eu penso, está na hora de entrar no casulo, mas como? Preciso acordar, tomar banho, me vestir e trabalhar... Maldita vida adulta!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um pouco da verdade.

    Quero começar dizendo que quando você se propõe a "caminhar sozinho" não significa que você realmente estará sozinho. O meu modo de ver tal situação é muito simples: Todos precisamos de apoio e se pudermos, devemos ter por perto o maior número possível de pessoas com quem possamos contar. Cabe aqui a seguinte observação: Devemos manter essas pessoas para termos acesso a conselhos úteis, colo e tudo que possa estar agregado, mas isso tem a função de nos auxiliar, mas as decisões são nossas. Acho que essa é uma das melhores formas de se aprender a ter certas responsabilidades. É bom saber que temos um apoio, mas temos que arcar com as responsabilidades e conseqüências. 
    Foi exatamente nesse momento que eu pude ver com quantas pessoas eu podia contar e a surpresa foi boa, o número era bem maior do que eu imaginava. Descobri muitos amigos, pessoas que não eram tão próximas, mas que de alguma forma estavam ali esperando uma pequena oportunidade pra se fazerem presentes. O mais importante de tudo foi aprender que tudo depende de mim. Se uma pessoa não se aproxima, é bem provável que a barreira tenha sido colocada por mim. Acreditem, não é fácil lidar com esse tipo de coisa, mas sem dúvida é necessário.
    Independente da minha vontade, eu obviamente não tive escolha e tive que administrar o sentimento de que eu tinha, durante toda a minha vida, afastado muitos dos que deveriam estar mais perto e era hora de reverter esse quadro. Admito agora e admitir não é uma das coisas mais fáceis pra mim, que tenho tentado mudar isso tudo. O receio de que só eu esteja vendo mudanças não passa nunca, mas essa é uma conseqüência com a qual eu tenho que lidar. Nesse meio tempo foi inevitável perceber que quando ferimos alguém não podemos exigir de volta a confiança que perdemos, mas podemos tentar reconquistá-la dia a dia. Talvez nada volte ao que era, se é que um dia eu deixei que fosse, mas dessa vez a escolha não é minha. Essas coisas levam tempo e agora eu só posso esperar ele passar.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tentando caminhar sozinha




Finalmente era hora de abrir os olhos e ver todo aquele novo caminho que havia em minha frente. Era tudo muito bom, mas nada era muito fácil. Pra começar tive que descobrir o que eu realmente queria e fazer uma busca bem detalhada pra achar onde seria a minha casa. Quando uma mulher decide morar sozinha tem que pensar em tudo o que pode acontecer, principalmente em matéria de segurança e nessas horas é necessário ser um pouco pessimista pra enxergar tudo com mais clareza.
Antes de realmente encontrar, me dei ao trabalho de visitar alguns apartamentos, mesmo sabendo que não iria alugar, seja pelo valor ou localização. Visitei alguns para ter uma noção de espaço e pra começar a ter uma idéia mais realista do que eu queria e do que eu poderia ter. Assim fui tendo noção exata de em que bairro eu iria procurar e coisas que eu precisava ter por perto, como ponto de ônibus, mercado, padaria e etc. Queria ter as minhas prioridades muito claras e é claro que não poderia deixar de definir bem quanto eu estaria disposta a pagar por um aluguel e quanto isso iria afetar o meu orçamento. 
Depois de mais ou menos duas semanas procurando todos os dias em sites, jornal, imobiliárias e indicação de amigos finalmente encontrei algo que parecia viável. É claro que não foi fácil assim, no meu primeiro contato com a imobiliária peguei a chave de uns quatro apartamentos no mesmo prédio, uns melhores, uns piores, mas todos moráveis. Me interessei por um deles e fiz o meu cadastro, mas no mesmo dia me ligaram avisando que já havia alguém interessado por aquele apartamento e que fechou contrato no mesmo dia, mas que me indicariam como prioridade para um outro apartamento que eles tinham se esquecido de me mostrar, a desvantagem era o fato de ser num subsolo, mas em contrapartida o aluguel seria mais barato. Bom, como não tinha nada a perder, topei a proposta, voltei na imobiliária, peguei a chave e ao sair eu não sabia que já estava indo pra casa.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Vivendo o clichê "Ano novo, vida nova!"

O ano começou bem diferente... Cheio de expectativas, motivações, possibilidades, planos e muitas ilusões também. Não tinha um único e claro objetivo e tentar abarcar o mundo com as pernas geralmente não dá certo, mas eu precisava tentar. Precisava saber mais de mim e dos outros, testar meus limites, ampliar meus horizontes, me explorar e explorar a vida, o mundo, o outro. Me sentia muitas vezes como uma criança curiosa que quer saber o porque de tudo, mas às vezes eu percebia que me bastava descobrir algo novo, mal me importava o porque. Era sempre mais importante estar ali, fazendo qualquer coisa que não fosse o usual do que me preocupar com o porque de tudo.
Situações assim podem ser encantadoras pra quem vive, mas nem sempre é confortável pra quem está em volta. Pense pelo lado prático... O fato de você querer mudar não quer dizer que quem está em volta de você queira aproveitar e aceitar essa mudança e nem sempre o que você acha que é bom pra você é o que os outros vão gostar. Obviamente isso aconteceu comigo e eu não resisti a decidir a favor da minha nova possibilidade de vida àquela que eu levava antes. 
A minha visão era muito simples: A minha vida "antiga" fazia eu me sentir presa, pesada, morta. A minha vida nova fazia eu me sentir solta, livre, leve, segura. Será que essa é uma decisão tão difícil assim de ser tomada? Acho que não. Não tinha haver com não me importar com os outros, mas eu tinha que me testar, me expandir, me dilatar. E foi assim que eu fui atrás de um apartamento (ou algo do tipo).
E a minha aventura estava só começando...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Aprendendo a ser solteira.

Como se pode imaginar, depois de quase cinco anos num relacionamento, eu queria correr atrás do "tempo perdido". Não quero parecer injusta e por isso devo explicar que não acho de forma alguma que perdi tempo enquanto estava namorando e quero deixar bem claro que não tenho o direito e nem motivos pra culpar ninguém por decisões que eu mesma tomei. De qualquer forma, por estar namorando e por querer passar mais tempo perto dele, acabei me afastando de muitas amizades. Fazíamos programas caseiros, deixamos as baladas e festas por cinemas, teatros e filminhos locados.
Na época, tudo isso foi muito bom e fiz algumas amizades temporárias (os amigos dele), mas outras ficaram e são muito importantes pra mim (um casalzinho lindo que me deu muita força, conselhos, apoio e tudo mais). Mesmo assim, quando me vi sozinha, podendo fazer o que eu bem quisesse... Quis retomar a minha vida de solteira do ponto onde tinha parado. É só comigo ou todo mundo que termina um namoro quer sair, curtir, festejar e etc.?
Bom, sendo só comigo ou não... Foi tudo o que eu queria fazer e lógico que eu iria reaver as amizades que eu tinha deixado de lado durante todo aquele tempo. Como era época de fim de ano, a primeira coisa que eu fiz foi chamar uma amiga pra passar o ano novo em qualquer balada relativamente barata que encontrássemos. Ainda bem que ela topou na hora e começamos a busca por baladas de ano novo, até porque, ninguém merece passar ano novo tendo que explicar pra família porque do rompimento do noivado. 
A festa de ano novo aconteceu e o ano começou cheio de planos e promessas. Eu queria fazer tantas coisas, viagens, cursos... Eu estava tão empolgada com todas as possibilidades que eu tinha nas mãos que eu topava qualquer coisa absurda e foi aí que eu comecei querer ter a minha própria vida, arcando com as minhas escolhas e objetivos, mas essa é uma história que ainda está acontecendo e vai ser contada aos poucos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O tempo não para.


Como eu imaginava a terapia iria me ajudar bastante, mas a ajuda nem sempre vem da maneira que esperamos e no meu caso, ela veio bem diferente do que todos esperavam. Conforme as consultas iam acontecendo, novas crises iam surgindo, mas muita coisa foi sendo resolvida e umas das coisas que foi sendo tratada foi a minha auto-estima, se é que eu tinha isso.
Até eu perceber que a minha auto-estima havia sumido foi todo um processo e eu que até então tinha uma vida tranqüila, já que eu tinha um bom emprego, bons amigos e um relacionamento caminhando pro altar... Fui percebendo que o meu emprego não era tão bom assim, mas que eu poderia fazer dele uma fonte de crescimento profissional, eu realmente não estava tão satisfeita com algumas amizades e eu definitivamente tinha um relacionamento baseado em dependência e comodismo, ou seja, eu ainda tinha muita coisa pra mudar.
Esse foi o meu ponto de partida. Obviamente decidi manter o meu emprego já que precisaria dele mais tarde pra poder realizar alguns dos meus planos. Mas o noivado, esse não teve jeito. Tive que rever vários pontos e sofri muito com isso. Cheguei num momento em que percebi que estava presa num relacionamento por mero comodismo e que embora existisse um grande sentimento de amizade e admiração, não havia amor suficiente para um casamento.
Tive uma grande influencia de criação pra tomar essa decisão. Embora os meus pais sejam hoje divorciados, cresci sendo ensinada que casamento deve ser um só e pra vida toda. É claro que hoje em dia se sabe que contratempos acontecem e em determinadas situações um divórcio é inevitável, ainda assim, penso que seria no mínimo uma tremenda irresponsabilidade manter um noivado sabendo qual seria o final dessa história. Prefiro terminar um noivado a um casamento.
Mesmo que eu esteja explicando toda a situação de forma simples e resumida, quero que saibam que esse processo todo levou meses e que foi bastante doloroso pra mim. Imaginem a seguinte situação: Você está há quase cinco anos com uma pessoa, tem uma aliança dourada no dedo, está pra marcar a data do casamento e "de repente" se dá conta de que aquilo tudo não faz sentido. Tente admitir pra si mesmo que você não ama (romanticamente falando) o seu futuro marido. Isso parece fácil? Pra mim não foi.
Não foi fácil admitir essa situação toda, não foi fácil contar pra ele, não foi fácil ter que deixar toda a família e amigos cientes. Tive que ouvir conselhos que eu não queria, tive que aturar as caras de pena e os lamentos falsos. Algumas pessoas se deram ao trabalho de me cobrar o fato de eu simplesmente não ter dado a noticia logo depois de acontecido e foi aí que eu comecei a rever algumas das minhas amizades. Ainda bem que pude contar com muitos outros amigos, alguns até que eu nem sabia que tinha, mas sobre eles eu falo numa outra hora.
Por hoje chega de lamentos.
                

terça-feira, 27 de julho de 2010

A primeira crise.

Não sei bem ao certo o mês, mas acho que foi por volta de setembro do ano passado que recebi uma notícia que iria mudar tudo de uma vez por todas. Depois de 24 anos de conflitos internos, altos e baixos, brigas, discussões e coisas do tipo, veio, enfim o diagnóstico - Transtorno Afetivo de Humor -  mais conhecido também como transtorno bipolar e no meu caso, mais especificamente 'personalidade ciclóide', que consiste basicamente num transtorno bipolar bem mais ameno. 
Vou tentar explicar de uma maneira mais simples: Tenho variações de humor drásticas, que podem acontecer em diversos períodos de tempo, de várias formas e intensidades diferentes. Às vezes fico com o humor estável por períodos mais longos, o que não é muito comum, geralmente tenho variações diárias. Essas variações também variam de estado de melancolia, euforia ou  agressividade, mas não chego aos extremos de tentar suicídio ou perder a noção de realidade.
Deu pra entender? Acho que agora já posso continuar a falar da crise em si. O problema todo foi o misto de sentimentos (como se isso já não acontecesse normalmente na minha vida), dessa vez eu tinha um diagnóstico, o problema agora tinha nome. Dá pra perceber o quanto isso pode ser bom? Eu passei a vida inteira parecendo uma pessoa estranha, considerada por mim mesma como "inadequada", tinha brigas e mais brigas em casa por causa desse meu jeito estranho de ser, ouvindo coisas como: "A gente nunca sabe como falar com você." ou "Uma hora você está pelos pés e outra hora pela cabeça!". Dessa vez eu sabia que eu tinha um motivo pra tudo isso acontecer.
Vocês devem estar pensando que a partir daí tudo ficou ótimo... Afinal, eu já sabia a causa dos meus problemas... Mas não foi bem assim. Vejam o outro lado da moeda: Eu agora tinha que me acostumar ao fato de que eu realmente tinha um problema. Tive que ouvir do médico, um psiquiatra, que eu tinha um problema mental. Não sei se dá pra perceber, mas a maioria das pessoas não gosta muito de ouvir o termo "doente mental" e preconceitos a parte, não dá pra ignorar o fato de que é um termo um tanto quanto pesado.  
Nesse ponto eu tinha que aprender a lidar com mais esse fato, a doença mental.Pra mim era muito óbvio que eu entraria numa crise daquelas! Agora eu devia admitir pra mim mesma que eu tinha um problema pra tratar e tinha que finalmente admitir pra algumas outras pessoas. Na época eu estava noiva e como eu contaria pra ele que eu tinha esse problema? Tive um medo tremendo de contar tudo, mas não era algo que eu conseguiria esconder. Por outro lado, ele merecia saber. Ele tinha que ter o direito de escolha. Não sei se era tudo coisa da minha cabeça, mas pra ele pareceu um tanto obvio que isso não mudaria nada. 
Bom, resumindo o final dessa história, tive que fazer um milhão de exames e comecei a fazer terapia também, o que me ajudou e ainda ajuda muito. Tomo remédios todos os dias, não posso beber, mas ainda fumo - uma coisa quase eventual - e vou pelo menos uma vez ao mês no psiquiatra, na maioria das vezes pra pegar a receita dos remédios ou pra fazer algum ajuste no tratamento, que como ainda é recente, ainda estou numa fase de experimentação. 
Pra matar a curiosidade de todos... Me sinto bem melhor, mesmo que ainda tenha os meus altos e baixos. 

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Apresentação




Essa nova parte da minha vida começa parecida com uma música da Rita Lee que diz assim: "Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo o que eu queria fazer... E fui andando sem pensar em voltar e sem ligar pro que me aconteceu..." E por aí vai. 
Tudo começou com uma decisão que não foi tomada quando deveria ter sido e acabou evoluindo pra uma crise interna e culminou com um corte de cabelo. Pra muitos, o fato de eu ter cortado o cabelo foi apenas o primeiro sinal de que alguma coisa iria acontecer. Sabe como é... Dizem que quando uma mulher corta radicalmente o cabelo é sinal de que o tempo vai fechar... E fechou! Mas nem de longe esse foi o primeiro sinal. Aonde tudo realmente começou isso só eu sei.
O importante é que esse corte de cabelo foi só o início de uma reação em cadeia, um efeito dominó. Mudei de cabelo e a partir daí, mudei também de vida. A ordem dos acontecimentos foi a seguinte: Corte de cabelo, terapia, término de relacionamento, empenho no trabalho, reatar e adquirir novas amizades, melhorar a vida social e por fim, alugar o meu próprio apartamento.
O último item tem sido a minha melhor e maior aventura e é sobre isso que eu pretendo escrever aqui. Sobre como tem sido essa nova vida, falar sobre as coisas boas e ruins de viver sozinha. Sem duvidas tem muitas partes divertidas, mas nem tudo são flores, mas quero falar também de tudo o que passei pra chegar até aqui.
Espero conseguir divertir, explicar e até quem sabe, ajudar quem quer que esteja lendo esse meu diário público. 
         Sejam bem vindos a minha vida!