quinta-feira, 29 de julho de 2010

O tempo não para.


Como eu imaginava a terapia iria me ajudar bastante, mas a ajuda nem sempre vem da maneira que esperamos e no meu caso, ela veio bem diferente do que todos esperavam. Conforme as consultas iam acontecendo, novas crises iam surgindo, mas muita coisa foi sendo resolvida e umas das coisas que foi sendo tratada foi a minha auto-estima, se é que eu tinha isso.
Até eu perceber que a minha auto-estima havia sumido foi todo um processo e eu que até então tinha uma vida tranqüila, já que eu tinha um bom emprego, bons amigos e um relacionamento caminhando pro altar... Fui percebendo que o meu emprego não era tão bom assim, mas que eu poderia fazer dele uma fonte de crescimento profissional, eu realmente não estava tão satisfeita com algumas amizades e eu definitivamente tinha um relacionamento baseado em dependência e comodismo, ou seja, eu ainda tinha muita coisa pra mudar.
Esse foi o meu ponto de partida. Obviamente decidi manter o meu emprego já que precisaria dele mais tarde pra poder realizar alguns dos meus planos. Mas o noivado, esse não teve jeito. Tive que rever vários pontos e sofri muito com isso. Cheguei num momento em que percebi que estava presa num relacionamento por mero comodismo e que embora existisse um grande sentimento de amizade e admiração, não havia amor suficiente para um casamento.
Tive uma grande influencia de criação pra tomar essa decisão. Embora os meus pais sejam hoje divorciados, cresci sendo ensinada que casamento deve ser um só e pra vida toda. É claro que hoje em dia se sabe que contratempos acontecem e em determinadas situações um divórcio é inevitável, ainda assim, penso que seria no mínimo uma tremenda irresponsabilidade manter um noivado sabendo qual seria o final dessa história. Prefiro terminar um noivado a um casamento.
Mesmo que eu esteja explicando toda a situação de forma simples e resumida, quero que saibam que esse processo todo levou meses e que foi bastante doloroso pra mim. Imaginem a seguinte situação: Você está há quase cinco anos com uma pessoa, tem uma aliança dourada no dedo, está pra marcar a data do casamento e "de repente" se dá conta de que aquilo tudo não faz sentido. Tente admitir pra si mesmo que você não ama (romanticamente falando) o seu futuro marido. Isso parece fácil? Pra mim não foi.
Não foi fácil admitir essa situação toda, não foi fácil contar pra ele, não foi fácil ter que deixar toda a família e amigos cientes. Tive que ouvir conselhos que eu não queria, tive que aturar as caras de pena e os lamentos falsos. Algumas pessoas se deram ao trabalho de me cobrar o fato de eu simplesmente não ter dado a noticia logo depois de acontecido e foi aí que eu comecei a rever algumas das minhas amizades. Ainda bem que pude contar com muitos outros amigos, alguns até que eu nem sabia que tinha, mas sobre eles eu falo numa outra hora.
Por hoje chega de lamentos.
                

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