sábado, 19 de fevereiro de 2011

Represa

Pela manhã quando acordo antes de abrir os olhos,
Aperto suave o rosto contra o travesseiro
E enlaço envolta dele os meus braços
Só pra fingir que estou recostada em seu peito.
Faço dos meus sentimentos, represa,
Faço das minhas palavras, jangada,
Pra navegar nos teus olhos tranquilos,
Pra que não vaze de mim essas gotas que eu guardo de você.
Mas hoje sou eu quem me derramo.
Sou mágoa que encharca essa alma rasgada,
Sou pena e lamúria que flutua densa e estridente sobre o meu leito.
Sou melodia muda que ecoou tímida na brisa dos seus braços.
Hoje me rasgo no meio.
Deixo que meus dedos toquem o chão.
Permito que minha alegria se dissolva nessa nova vida triste.
E sem querer liberto o que me pesava o coração.
Pra pisar leve e firme,
Pra descansar em novas fronhas os pesares que se vão.

Thamy Bruno

Um comentário:

  1. Te conheço pouco ainda... Não sei ainda mensurar as idéias aqui colocadas... =(

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