segunda-feira, 28 de março de 2011

De agora em diante.

    

      Às vezes eu sinto vontade de escrever, mas não sei como. É como agora, eu não sei exatamente o que vai sair dessas linhas, mas eu sei que preciso escrever. Quero falar com um ar otimista, que é coisa que não costuma morar em mim, mas hoje esse sentimento está aqui.

     Dias difíceis, coração apertado, ansiedade e uma boa dose de agonia estão aos poucos me deixando e indo pairar em outro lugar. Tudo passa! Aprendi isso ha algum tempo, mas em determinadas situações nos esquecemos de detalhes vitais que aprendemos no decorrer da vida. O mais importante é lembrar ou ser lembrado que sempre tem uma coisa boa no meio do vendaval.

     Surpresas também acontecem e eu sinto que tem muitas delas vindo me encontrar. É esse ar de novidade, de renovo e de leveza que eu estou sentindo. É essa paixão gostosa que eu estou buscando, é a plenitude e tranquilidade que eu estou perseguindo. E eu tenho pressa!

     Acho que esse é o meu problema... Eu tenho pressa. Eu não sei parar a minha vida por causa de algo que não saiu como o planejado, eu não sei ficar parada por tristeza. Eu preciso continuar andando e se uma coisa não deu certo, a próxima vai dar. Às vezes o melhor é partir pra outra, às vezes que descobrir onde erramos e tentar voltar pra consertar. Acho valido poder não só me dar outra chance como estender a mão pra quem me rodeia.

     No fim das contas descubro a cada dia que na minha vida é fundamental continuar vivendo, aprendendo e amando.

domingo, 27 de março de 2011

One art.

     Geralmente não costumo publicar qualquer coisa que não tenha sido escrito por mim, mas li esse poema e não pude resistir. Espero que gostem e se sintam tão tocados quanto eu me senti ao ler essas palavras simples, doces, leves e brilhantes.

One Art

by Elizabeth Bishop



The art of losing isn't hard to master;

so many things seem filled with the intent

to be lost that their loss is no disaster.



Lose something every day. Accept the fluster

of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn't hard to master.



Then practice losing farther, losing faster:

places, and names, and where it was you meant

to travel. None of these will bring disaster.



I lost my mother's watch. And look! my last, or

next-to-last, of three loved houses went.

The art of losing isn't hard to master.



I lost two cities, lovely ones. And, vaster,

some realms I owned, two rivers, a continent.

I miss them, but it wasn't a disaster.


--Even losing you (the joking voice, a gesture

I love) I shan't have lied. It's evident

the art of losing's not too hard to master

though it may look like (Write it!) like disaster.

terça-feira, 22 de março de 2011

Inicio, meio e fim.

De que adianta estar aqui sentada?
De que adianta ficar pensando em você?
De nada me serve esse sentimento.
Nada me trouxe de novo ou de bom cada música piegas que ouvi.
Só ando tropeçando em meus pensamentos,
Caindo de joelhos nas minhas palavras,
Colhendo os cacos da minha existência.
Não me satisfaço com os meus disfarces.
Não me preocupo em trocar as minhas máscaras,
Nem tento disfarçar minhas dores.
Refaço nitidamente cada ferida que ameaça se apagar.
Às vezes a verdade é o que mais machuca.
Às vezes o choro é o que mais consola.
E algumas vezes Não é possível perceber
Onde a verdade começa e onde o choro termina.

sexta-feira, 18 de março de 2011



Últimas Noites.

    Às vezes eu chego em casa e sei que vou chorar. Não há como forçar mais um pouco o sorriso bobo que uso pra tentar disfarçar toda a tristeza que eu tenho em mim. Ainda não vejo um caminho tranquilo pra te esquecer, cada hora parece mais difícil do que antes. Não é só o fato de tudo me lembrar você, mas até quando eu não penso em você eu acabo me lembrando daquilo que acabei de esquecer... Apenas um mísero segundo de sossego e volto ao ponto de partida.

    Tudo em você me faz falta e não adianta o quanto eu procure, não existem abraços ou beijos, carinhos, sorrisos, gestos, respiração, cheiro, gostos, frases ou momentos melhores que os seus. É do que eu sinto em você, dos planos que poderíamos ter, das suas respostas e idéias malucas, das suas peculiaridades e das suas mãos que eu sinto falta.

    Quero te olhar com curiosidade, te beijar com ansiedade esperando por tudo o que pode acontecer depois. Quero todos os planos estapafurdios, as reações inesperadas, seu olhar carinhoso, seus braços tranquilos e seus ombros acolhedores. Quero me deitar no seu peito macio e olhar para o teto sem pensar no depois. Preciso beijar suas costas, morder sua nuca, respirar fundo, gemer por um segundo e te contar qualquer segredo absurdo pra te fazer querer tudo outra vez.

    Eu não gosto de estar sem você e já posso dizer que eu me sinto melhor assim. Só não quero chorar essa noite e ter que acordar sem saber se isso um dia vai ter fim. Presta alguma atenção no que eu digo e note que esse meu desejo macisso não pode morrer em vão.
 



Eu não tenho fotos pra rasgar,

Muito menos raiva pra sentir.
Não tenho mágoas pra vomitar
E nenhum grito da garganta vai sair.
Mas tenho lágrimas pra chorar
E joelhos pra cair.
Não quero versos nem rimas,
Só tento tirar o aperto do peito
Sem dizer muitas palavras.
Quero a claridade de um dia lindo,
A felicidade de uma noite tranquila
E um café pra fingir que não sinto saudades.

terça-feira, 15 de março de 2011

O amor por assim dizer.

    Sinto que a humanidade como um todo sofre de um masoquismo subconsciente. Sentimentos românticos, o amor, por assim dizer é mascarado tantas vezes, veste milhares de fantasias no único intuito de iludir o ser antes ignorante. A essência do amor, no meu entender se revela em profunda e inacabável, porém intermitente dor.

    Ter qualquer tipo de sentimento que te ligue a alguém não passa de uma estúpida autoflagelação. No entanto, a mesma dor que quase tritura tudo o que se sente é a mesma que nos impulsiona burramente a seguir a diante, dar murros em pontas de facas na esperança desesperada de conseguir um pouco mais do “quase nada” que se tem nas mãos.
   
    Chego a conclusão de que o que faz o choro ficar preso na garganta, faltando poucos segundos pra chegar aos olhos, é a ausência, o engano da pretensão do algo mais.

domingo, 6 de março de 2011

Revendo a minha realidade.

         Eu estou pensando em tanta coisa ao mesmo tempo que eu mal consigo organizar as palavras que escrevo. Na verdade nem sei ao certo se deveria escrevê-las, mas essa é a minha maior válvula de escape e só eu sei o quanto eu preciso disso hoje. Eu já estava me acostumando a ter como companheira toda essa melancolia, essa tristeza da incerteza, essa dúvida que você insiste em empurrar pela minha garganta abaixo e que até então eu tinha jurado pra mim mesma que eu realmente não me importava com isso. Sabia no fundo, que chegaria o dia em que eu não conseguiria mais esconder as minha duvidas sobre até onde isso tudo vale a pena. A que custo eu tenho me deixado levar? E será isso o que sinto uma ilusão, uma visão distorcida que criei na minha cabeça por mera carência?

        Independente de qual seja a raiz desse mal, hoje percebo que ela deixou de existir somente na minha cabeça avoada e desceu direto pra esse meu coração ingênuo que tem sido esmagado constantemente por essas suas atitudes egoístas, desenfreadas e impulsivas. O fato é que eu não posso te culpar por nada disso já que não deixaria de ser um tremendo egoísmo meu querer que você gostasse só de mim e se você me pisoteia a culpa também é minha porque fui eu quem se fez de tapete jurando que nada doeria mais do que não te ter por perto. E adivinha? Tenho que admitir que no fim das contas você estava certo sobre tantas coisas. Afinal, sim, você é cruel quando quer. Sim, você me machucou. Também é verdade que não vale a pena me sujeitar às suas neuroses e sim, um dia eu ia me cansar disso tudo! Eu só não pensava que você conseguiria me provar isso tão cedo.

        No fim das contas quem se importa com essa dor que eu estou sentindo agora? A verdade é que no fundo eu sei que eu vou conseguir me levantar e andar de novo, mas eu realmente não queria que fosse assim. Eu queria mesmo te ter do meu lado e foi sincero tudo o que eu te falei quando estávamos sozinhos, mas às vezes a nossa força não está em persistir, mas em saber quando devemos parar. Acho que essa é a minha hora. Cansei de brincar com fogo, cansei de me por a prova, cansei de fingir que está tudo bem, cansei de achar que eu aguento e realmente cansei de estar sozinha.

        Não sei o que vou fazer agora. Não sei como ficar longe de você, mas eu tenho que arrumar um jeito de fazer isso. Nada do que estou sentindo ou do que escrevi quer dizer que sou indiferente a você ou que tudo o que eu dizia sentir não tenha existido, só não estou mais disposta a me machucar a toa. Essa é a hora certa de dizer sem remorsos, porque eu sei que tentei e tentei e tentei mais ainda preservar aquilo no que acreditava e lutar por tudo o que queria, mas não tenho escolha a não ser dizer: Eu desisto!